À Memória de Selda Roldan
(De Marcelo Tápia, diretor da Casa Guilherme de Almeida)
A Casa Guilherme de Almeida tem todas as razões possíveis para homenagear a poeta Selda Roldan, participante de suas atividades de maneira especialmente atuante e assídua.
Lembro-me da primeira vez em que a vi, quando entrou para assistir a uma aula minha sobre tradução poética na Casa das Rosas, há cerca de uma década... Desde então, frequentou, entre outras atividades, quase todos os meus cursos e palestras naquela Casa, até o final de 2008 e, em 2009, engajou-se na fase de preparação para a reabertura do museu Casa Guilherme de Almeida, cuja direção eu assumira no início do mesmo ano, participando também dos eventos que organizávamos em outras instituições, como a própria Casa das Rosas.
Desde que a CGA reabriu, Selda foi uma presença marcante em nossa programação, inclusive no Grupo de Estudos da Obra de Guilherme de Almeida, do qual participou até nossa reunião mais recente, no final de 2015. Durante sua trajetória em ambas as Casas, Selda produziu um número muito grande de poemas (chegou a ganhar o primeiro prêmio em concurso de poesia realizado na CR) e organizou parte deles em edição própria de alguns exemplares presenteados a amigos e colegas.
Durante sua vivência na CGA, verteu ao inglês uma quantidade significativa de poemas de Guilherme de Almeida, tarefa a que se dedicou com afinco; escreveu poemas relativos a cada capítulo de Ulysses, de James Joyce, durante um curso sobre o romance ministrado no museu por Maria Teresa Quirino; colecionou e organizou, em volume, impressos usados em aula durante cursos meus; registrou e documentou diversos eventos por nós realizados, entre outros feitos generosos. Além de tudo, era estimuladora e apoiadora incansável de nossas iniciativas.
Todos nós, funcionários e frequentadores da Casa Guilherme de Almeida, sentiremos muito a sua falta, e buscaremos evocar sua presença em ocasiões propícias de nosso programa. Temos a intenção, primeiramente, de selecionar poemas seus – enviados algumas pessoas, por e-mail, quase que diariamente – e organizar um sarau em que seus amigos e colegas poderão lê-los.
A convivência com Selda estará nítida em minha memória, e sempre revivificada por meio das inúmeras pequenas recordações com que me presenteou ao longo dos anos. Para homenageá-la, ainda que modestamente, escrevi o poema que se segue, lido durante a cerimônia de sua despedida. Muito obrigado por tudo, cara amiga Selda!
A Selda Roldan
“Paro extasiada no topo e aprecio
a vida que finda... Uma grande experiência!
Versos de poema de Selda Roldan, de 30/01/2016”
Selda, poeta, você dizia
que descobriu a poesia já
perto dos oitenta anos, movida
pelas aulas em que esteve, assídua,
na última década de sua vida
mas a poesia já se instalara
há muito em seu modo de seguir
vívida a cada instante, na busca
incessante por novos caminhos,
novos amigos, com o carinho
dedicado a tudo em que tocava,
como se o momento fosse último
e eterno: guardo muitos instantes
que você guardou para mim em
objetos, registros, depoimentos
do vivido, generosamente
compartilhado, durante sua
procura pelos outros e pelos
dias sempre com força escalados;
e, desde que pude ver, também
pelas palavras certas, melhores
ditos, num labor constante da escrita
de seu mundo, feito de palavras
que se ofereciam a você
generosas como as recebia,
facilmente, em sua lavoura, feitas
suas acompanhantes fiéis,
para sempre seus fiéis amores
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