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TRANSFUSÃO - V ENCONTRO DE TRADUTORES LITERÁRIOS DA CASA GUILHERME DE ALMEIDA (11/09)

11 de Setembro de 2015 | 10h às 19h30
Com Antonio Risério, Cristina Elias, Marília L. F. Soares, Priscila F. Barbosa e Sérgio Medeiros

“TRADUÇÃO E ANTROPOLOGIA”
Curadoria: Marcelo Tápia e Simone Homem de Mello

A interface dos estudos literários com o pensar antropológico vem impulsionando um reposicionamento de culturas orais convencionalmente deslocadas para o espaço “extra”-ocidental. Na área de estudos da tradução, conceitos derivados da antropologia passam a influenciar a teorização do processo tradutório. Em sua quinta edição, o TRANSFUSÃO deste ano reúne tradutores, antropólogos, poetas e filósofos para discutir a tradutibilidade de tradições indígenas e afro-brasileiras, o papel da tradução na antropologia e o processo de assimilação intercultural ou de marcação da diferença no fazer literário e no tradutório.

10h Mesa-redonda
A tradução na antropologia

Traduções aproximadas: o movimento retórico de originais em língua indígena e sua transposição
Marília Lopes Facó Soares (Rio de Janeiro)

Sob uma óptica que incorpora a interpretação do falante nativo de línguas indígenas, esta apresentação focaliza traduções aproximadas no âmbito verbal e tentativas empreendidas no sentido de se apreender o movimento dos sentidos e das possibilidades de sua interpretação por um nativo, respeitando-se o movimento retórico de um original.

Traduzindo a iconografia Ticuna
Priscila Faulhaber Barbosa (Rio de Janeiro)

As coleções formadas nas viagens de 1941 e 1942 aos Ticuna estão hoje depositadas no Museu Goeldi, em Belém, e no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Apesar de se desconhecerem as intenções dos artesãos e do etnógrafo que organizou a coleta, os índios Ticuna reinterpretam hoje o patrimônio intangível contido nessas peças. Uma vez que que esses objetos têm uma função e um uso transitórios, restritos ao transcorrer do ritual, os índios não demonstram interesse em se apropriar das peças hoje sob a guarda de museus. Esta apresentação analisará as chaves de interpretação da iconografia dos artefatos rituais Ticuna fornecidas pelos índios e comentará seus depoimentos sobre objetos hoje guardados em museus.

 

Relançamento

Após a mesa-redonda, será lançada uma nova tiragem do CD-ROM Magüta Arü Inü¨. Jogo de Memória. Pensamento Magüta Inü, resultado do projeto “Os índios Ticuna e a coleção Nimuendaju do Museu Goeldi”, sob coordenação de Priscila Faulhaber Barbosa. Esse CD-ROM reúne informações do conhecimento indígena, expressando sua visão da ciência e da tecnologia. Concebida em colaboração com os Ticuna, a edição contém uma animação sobre o movimento celeste de constelações tal como visualizadas por esses índios, que relacionam sua cosmovisão com a sazonalidade e com seu calendário agrícola e pesqueiro.


14h30 Conferência

A opulência da onçanta – uma poética indígena
Sérgio Medeiros (Florianópolis)

O estudo da tradução e/ou recriação, em português, de narrativas indígenas Xavante, Bororo e Pemon leva o leitor a deparar com dois personagens, a onça e a anta, atuantes em mitos de iniciação do cerrado e da floresta amazônica. Esses dois personagens contracenam com jovens (crianças e adolescentes), ensinando-lhes novas linguagens e entregando-lhes bens culturais como o fogo. Ambos, muito ambíguos, falam um idioma ora poético, ora ameaçador, deixando os jovens perplexos e encantados. Com base em uma comparação entre a anta da floresta amazônica e a onça do cerrado, a conferência propõe uma poética indígena sintetizada sob o nome “onçanta” e caracterizada por indeterminação e opulência imagética e linguística.


16h30 Conferência

A tradução intercultural
Antonio Risério (Salvador)

Traduzir entre culturas diversas gera dificuldades não apenas estritamente linguísticas, mas também conceituais. Partindo do pressuposto de que não existem linguagens estéticas universais, o conferencista abordará as discrepâncias culturais que se configuram como problemas tradutórios, recorrendo a textos extraocidentais para exemplificá-las.


20h Performance - Local: Museu (Rua Macapá, 187, Pacaembu - São Paulo - SP)

Fragmentos fonéticos de um (si)
Concepção e direção: Cristina Elias (Berlim/São Paulo)
Videoartista: César Meneghetti
Performers do grupo Corposinalizante: Alexandre Ohkawa, Amanda de Lima Oliveira, Ana André, Catharine Alencar Costa Moreira, Leonardo Castilho e Naiane Olah

Esta performance e instalação audiovisual se confronta com o tema dos limites da comunicação por meio de traduções e retraduções do romance A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. Fragmentos do texto em português, italiano, espanhol, inglês e alemão compõem uma paisagem sonora que, durante o evento live, é retraduzida por performers surdos em um léxico silencioso de movimento.


Esta atividade é obrigatória para a obtenção do certificado do Programa Formativo para Tradutores Literários.



 

Alexandre Ohkawa, pós-graduado em Sustentabilidade das edificações e instrutor de Libras earquiteto há 13 anos, é surdo. De 2012 a 2014, dirigiu uma oficina experimental de teatro para surdos com o uso da Libras em exercícios de performance e diálogos teatrais. Em 2013, participou do workshop “Elementos Expressivos para Construção da Ação Física”, ministrado por Luiz Augusto Martins e produzido pelo grupo Quase9 Teatro. Em 2014, integrou o projeto “Fragmentos fonéticos de um (si)”, de Cristina Elias, em parceria com Corposinalizante e MAM (São Paulo). Atualmente trabalha como arquiteto autônomo.

Amanda de Lima Oliveira é educadora brincante e intérprete de Libras. Formada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), cofundadora do gRUPO êBA! de narração de histórias bilíngues, participa do coletivo Corposinalizante com performances envolvendo Libras e também no “Slam do corpo”, realizado em parceria com MAM (São Paulo) e SESC Pinheiros. É educadora do museu Casa Guilherme de Almeida.

Ana André, formada em Arquitetura pela FAU da Universidade de São Paulo (USP), com habilitação em Artes/Belas Artes, é artista multimídia. Como artista educadora, pesquisa e desenvolve – em parceria com instituições como a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (São Paulo), a Secretaria Municipal da Cultura (São Paulo) e o SESC – projetos de arte sobre consciência ambiental, cultura brasileira e cultura de paz e colabora com a Aliança pela Infância. Desde 1984, expõe seus trabalhos como artista plástica e poeta.

Antonio Risério é poeta, antropólogo e ensaísta. Integrou grupos de trabalho que implantaram a televisão educativa, a fundação Gregório de Mattos e o hospital Sarah Kubitschek, na Bahia. Foi responsável pela elaboração do projeto geral para a implantação do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e do Cais do Sertão Luiz Gonzaga, em Pernambuco. Escreveu, entre outros, os livros Carnaval Ijexá (1981), Textos e tribos: Poéticas extraocidentais nos trópicos brasileiros (1993), Avant-garde na Bahia (1995), A utopia brasileira e os movimentos negros (2007), A cidade no Brasil (2012) e Oriki orixá(2013).

Catharine Alencar Costa Moreira, engenheira de telecomunicações há 10 anos, é surda. Teve o seu primeiro contato com a performance em 2012 num curso de teatro, performance e expressão corporal do colégio Rio Branco, em São Paulo. De 1999 a 2005, participou do projeto Dança de Rua Apocalipse, da Prefeitura de Santos (SP). Em 2013, participou da oficina “Elementos Expressivos para Construção da Ação Física”, ministrada por Luiz Augusto Martins e produzida pelo grupo Quase9 Teatro. Em 2014, integrou o projeto “Fragmentos fonéticos de um (si)”.

César Meneghetti é artista e cineasta formado em São Paulo, Londres e Roma. Sua obra é caracterizada por um profundo interesse em questões sociais e um constante indagar das formas de linguagem. Seu trabalho artístico é reconhecido internacionalmente, tendo sido exibido em mais de quarenta países em museus, galerias e bienais como Veneza e Sharjah. Seus filmes e documentários participaram em festivais como Locarno, Veneza e Clermont-Ferrand. É um dos 99 artistas de “Made in Brasil – 30 anos de vídeo brasileiro”, e um dos 22 artistas contemporâneos analisados no livro Arte Hipercontemporânea da italiana Simonetta Lux.

Cristina Elias é performer, diretora e coreógrafa com mestrado em direção de movimento na Central School of Speech and Drama (Universidade de Londres). Seu trabalho concentra-se na construção de pontes entre diferentes códigos artísticos de expressão, com ênfase na tradução de texto em movimento e imagem. Em 2011, participou da produção da ópera Matsukaze pela companhia de dança Sasha Walz & Guests (Berlim). Desde 2012 tem colaborado com performers e companhias em várias partes do mundo. Em 2013, ganhou o Prêmio “Funarte Mulheres nas Artes Visuais” pelo trabalho “Fragmentos Fonéticos de um (Si)”.

Leonardo Castilho, educador do MAM (São Paulo), é surdo. Trabalha como performer e ator em comerciais, curtas-metragens e teatro. Realiza workshops sobre sua experiência profissional, suas performances e também sobre a comunidade surda em centro culturais em museus do Brasil e do mundo. É integrante do coletivo de artistas e educadores Corposinalizante (corpo-sinalizante.blogspot.com), produtor de eventos e responsável pela equipe Vibração e Sencity, evento cultural e internacional que reúne em torno de mil pessoas surdas de todo o Brasil e da América do Sul.

Marcelo Tápia, poeta e tradutor, é graduado em Letras (Português e Grego) e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP. Autor de cinco livros de poemas, traduziu, entre outras obras, os romances Os passos perdidos (2008) e O reino deste mundo (2009), de Alejo Carpentier. É um dos organizadores de Transcriação, coletânea de ensaios de Haroldo de Campos (2013). Dirige o museu Casa Guilherme de Almeida – Centro de Estudos de Tradução Literária, em São Paulo.

Marília Lopes Facó Soares, professora do Museu Nacional/UFRJ, é doutora em Linguística (Unicamp, 1992), com tese sobre a língua tikuna. Atuou como pesquisadora no CNRS (1994), no então Laboratório de Etnolinguística Ameríndia, atual Centre d’Etudes des Langues Indigènes d’Amérique (CELIA). Em 2003, coordenou e executou a parte de linguística do CD-Rom Magüta Arü Inü (Pensamento dos Magüta), que recebeu o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (Iphan-2003) na categoria inventários e acervos de pesquisa. Atualmente, é coordenadora do Mestrado Profissional em Linguística e Línguas Indígenas (Museu Nacional/UFRJ).

Naiane Olah, graduada em Letras/Libras, conheceu a língua de sinais aos 4 anos de idade. Atualmente trabalha como tradutora intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e desenvolve projetos de traduções culturais e artísticas, bem como signdance. É uma das idealizadoras do canal “HandsUp Libras” no Youtube.

Priscila Faulhaber Barbosa, socióloga e antropóloga, é doutora em Ciências Sociais pela Unicamp. Atuou como pesquisadora visitante na Universidade Livre de Berlim (1984), no Museu de Etnologia de Berlim (2003) e na Universidade da Califórnia (2007-2008), quando realizou pós-doutorado. Na área de História da Antropologia, seus temas de interesse são fronteiras e colonialismo, movimentos indígenas e objetos fronteiriços, entre outros. É pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCTI). Escreveu O Lago dos espelhos. Etnografia do saber sobre a fronteira em Tefé/Amazonas (1998).

Sérgio Medeiros, poeta, tradutor e ensaísta, é professor titular do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC. Em 2001, realizou pesquisa de pós-doutorado na Stanford University (EUA) sobre o poema maia Popol Vuh, pelo qual se destaca, como cotradutor, da versão brasileira em versos dessa obra ameríndia. Ainda como cotradutor, participou da coletânea De santos e sábios: escritos estéticos e políticos, de James Joyce. Além de mitos indígenas, pesquisa a obra do escritor e viajante Visconde de Taunay, do qual vem reeditando textos menos conhecidos. Atualmente, coedita o jornal on-line Qorpus. Publicou o livro Totens (2012).

Simone Homem de Mello é autora e tradutora literária. Sua poesia está publicada nos livros Périplos (2005) e Extravio marinho (2010) e em antologias brasileiras e estrangeiras. Escreveu os libretos das óperas Orpheus Kristall (composição de Manfred Stahnke, Munique, 2002), Keine Stille auβer der des Windes (composição de Sidney Corbett, Bremen, 2007) e UBU – Eine musikalische Groteske (composição de Sidney Corbett, Gelsenkirchen, 2012). Como tradutora, dedica-se à poesia moderna e contemporânea de língua alemã. Desde 2011, trabalha como coordenadora do Centro de Estudos de Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeida.

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