Sextas-feiras, 9, 16, 23 e 30 de agosto; 6, 13, 20 e 27 de setembro, das 19h às 21h
Diz-se hermética toda poesia que resiste, de imediato, à leitura e, posteriormente, à interpretação, ainda que de todo hermetismo emane, como contraponto, uma provocação ao hermeneuta. A poesia hermética, nascida da mística e da relação com o sagrado, flutua entre o inefável e o indizível e atinge, não raro, certo grau de ininteligibilidade, o que consequentemente gera recusa por parte do leitor, incapaz de decodificar a esperada mensagem instrutiva do texto. De Góngora a Gertrude Stein, Blake a Orides Fontela, o hermetismo tem lugar na poesia de todos os tempos e lugares – nos gregos, nos barrocos, nos modernos e nas vanguardas, por exemplo – e não se resume à incompreensão dos significados: tem a ver, também, com os limites culturais e os padrões de percepção estética, afinal, o que é considerado difícil hoje pode ter sido comum do gosto de antes (ou será o do amanhã). Neste ciclo, portanto, a proposta do curso Obras Abertas é pôr em movimento a longa tradição do hermetismo poético através de leituras em rede. Para isso, serão estudados autores diversos, em perspectiva sincrônica, a começar e terminar por escritores brasileiros, de modo a responder aos embates entre poetas e críticos contemporâneos acerca do tema. Cada um desses autores, por sua vez, servirá como ponto de partida para a descoberta de outras constelações.
Programa de aulas:
Das dificuldades de ler o impossível: uma tentativa de abertura teórica
Sousândrade: “O Guesa”, leitura errante
Stéphane Mallarmé: “Um lance de dados” & outros lances
Juan Eduardo Cirlot: “80 sonhos” sobre as vanguardas
Paul Celan: a poesia como (i)legibilidade do mundo
Jorge De Sena: “Quatro sonetos a Afrodite Anadiómena”, sentir o sentido
Ungaretti: “A alegria” difusa
Ana Hatherly: “Leonorana” ou 32 variações sobre o silêncio
e. e. cummings: “poem(a)s” intraduzidos por Augusto de Campos
Sérgio Medeiros: “Trio Pagão”, experiência-limite da poesia brasileira e depois
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Grátis
André do Amaral é bacharel em Teologia pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo/RS (EST), Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Doutor em Letras pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). Há cinco anos dedica-se ao estudo da Poesia Experimental Portuguesa, mais especificamente à obra poética de Ana Hatherly. É também poeta, com dois livros publicados: Fio no Pescoço (2009) e Panapaná: desenho pedagógico (2019).
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